Chorar
sem lágrimas,
dor aguda na garganta.
Escondidas,
trancadas no quarto da mente
pra ninguém ver,
e nem ouvir,
pois é um choro silencioso,
feito pra ressentir
o que foi esquecido.
-Preocupa-me você chorar sem lágrimas deus do eu,
assim me confunde, quando atuas, chora de verdade!
-Sinto os olhos secos, mas não a insensibilidade.
São apenas as lágrimas que não caem.
-Mas então pra quê chorar?
-Porque me deu vontade, pra ver se ainda sou capaz minha rainha.
-Por que me chamas de rainha? se me faz escrava de seus pensamentos,
de seu nexo, insanidade que me contamina...
-Meus pensamentos são você, sem eles você não existiria,
você é uma invenção minha.
-Ando com minhas pernas e falo com minha própria boca.
-E pensa sozinha também? sou eu quem te diz tudo, hora, dia,
a cor do batom, a marca de cigarro,
se tua expressão aparenta felicidade ou não.
-Tudo bem, se queres que eu chupe teu pau agora.
Algoz de meu coração.
-Conte uma tragédia para me alegrar, você é boa nisso, não é?
fica sabendo de todas as fofocas a tempo de espalhá-las.
-Ah! Madrugada passada os Mortensen tiveram sua mansão invadida
por um ladrão, graças a deus ninguém se feriu.
-Mas pegaram o inconsequente social há tempo de que não enriqueça
mais que nós, onipotentes?
-Ah! Claro, aqueles ótimos cães de caça Rot Rot pegaram primeiro
seus calcanhares e em seguida o resto, balançaram o corpo de um lado ao outro,
brincaram um pouco e quando viram que não se mexia mais,
voltaram a seus postos, ótimos cachorros.
-Gostei da expressividade minha senhora vagina. Quem diria?!
que tenha tão boa memória para mediocridades póstumas.
Belas informações bizarras. Mentiras impostas pelo senso obrigatório
da meticulosa sociedade.
-Chegarás longe assim, meu amo. Pare com elogios ávidos e tolos,
faço sexo com o senhor não por paixão, mas pela admiração ao seu poder.
-Assim vou gozar ouro em você para que sinta o peso de ser subjulgada
pela ambição, deleitosa podridão carnal, do arrependimento incondicional.
-Vamos nos deitar então, meu Apogeu!
-De hoje até amanhã a noite é nossa. Que todos cessem a vontade,
pois ela me pertence até quando eu quiser, e agora eu só quero você,
minha Decadência.
Orçamento, dívida pública e aproximação popular. 20 11 2024
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Lendo as notícias de manhã, surgiu este assunto. A dívida pública
dificilmente é assunto, porque é tabu pros dominantes podres de ricos, pros
bancos que ra...
1 comentários:
Muito bom!
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