BOOT, Vládia Queiroz


O projeto tem por objetivo investigar a articulação do corpo do performer na formação do que aqui chamamos de Terceiro Corpo, tanto pelo viés da prática artística, com a criação de uma teleperformance; como pela análise de trabalhos de performers que atuam neste campo.

A noção de Terceiro Corpo é fundamentada pelo conceito de emboided das ciências cognitivas, onde corpo e ambiente estão implicados. Neste caso, tal relação (entre corpo e ambiente) propicia um olhar ampliado sobre as possibilidades de contaminação de estruturas diferenciadas que interagem de forma a gerar uma terceira estrutura, com características próprias.

Entendemos que a idéia de corpo ultrapassa sua constituição física e fisiológica e encarna seus desejos, suas elaborações de sentido e o espaço social e político no qual se insere. Ou seja, a definição de corpo aqui trabalhada nasce da interação do organismo com o mundo e os objetos, como nos sugere o neurocientista Antônio Damásio.

Observando como tais relações se dão em alguns trabalhos de teleperformance, destacamos três possíveis categorias de análise do Terceiro Corpo: o corpo visível ou imagético, o corpo sonoro e o corpo conceitual ou invisível. Por enquanto essas categorias servirão apenas para delinear as tendências de cada trabalho investigado, devendo ser aprofundadas em pesquisa de doutorado. Cada trabalho artístico pode, portanto, priorizar uma ou mais categorias aqui mencionadas, de acordo com seu propósito.

A epistemologia de pesquisa contempla conceitos da cultura visual (W. J. T. Mitchel, 2003), da cultura digital (Lev Manovich, 2000), das ciências cognitivas pela perspectiva do embodied (Lakoff & Johnson, 1999/2002; H. Maturana, 2006), os quais auxiliarão na analise das categorias mensionadas.

Palavras-chave: ciberdigital, corpo, interação

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